Os empregos circulares são aqueles que têm como premissa a adoção de uma postura mais sustentável e regenerativa, e que aceleram a transição para uma sociedade mais justa e circular.
Nas últimas décadas, o aumento da preocupação com os impactos ambientais, sociais e económicos tem levado ao surgimento de muitos novos postos de trabalhos regenerativos.
Além disso, nota-se que algumas das profissões tradicionais que foram perdendo força ao longo do tempo, sobretudo com o avanço da tecnologia, adquirem novamente uma posição de protagonismo no mercado de trabalho.
Os empregos regenerativos e circulares promovem o desenvolvimento sustentável da sociedade, dado que estão apoiados nos três pilares da sustentabilidade (social, ambiental e económico). Consoante os desafios que estamos a vivenciar, eles procuram dar uma resposta mais consciente às necessidades futuras.
De acordo com o estudo Employment and the Circular Economy - Job creation in a more resource efficient Britain (WRAP, 2015), na UE, a transição dos países para um modelo completamente assente na economia circular, tem o potencial de gerar até 3 milhões de novos postos de trabalho e de gerar emprego para até 520.000 pessoas desempregadas.
Já outro estudo da Impacts of Circular Economy Policies on the Llabour Market, publicado pela Cambridge Econometrics, Trinomics, and ICF (2018), sugere que ao adotar a economia circular, o PIB da UE pode aumentar quase 0,5% até 2030, e apresentar um aumento de até 700.000 novos postos de trabalho.
Neste artigo, vamos abordar sobre a definição, os desafios, os possíveis caminhos e alguns exemplos de empregos regenerativos e circulares. Para facilitar o entendimento, os tópicos que iremos apresentar são:
O que são empregos circulares?
Os empregos circulares, também denominados “empregos verdes”, são aqueles postos de trabalho que respeitam o meio ambiente, assegurando a sua regeneração, através de uma postura consciente e assente nos princípios da economia circular.
A grosso modo, esta categoria de empregos procura assegurar a utilização inteligente e eficaz da energia, água, materiais e produtos, caminhando para a eliminação dos resíduos gerados e mitigando as emissões de gases do efeito estufa e os impactos das alterações climáticas.
“Os empregos verdes são fundamentais para o combate às alterações climáticas e ao desenvolvimento sustentável e contribuem de forma decisiva para a resposta aos desafios globais da proteção do ambiente, do desenvolvimento económico, da inclusão social e da coesão territorial.” (Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, 2021, p.162)
Importante referir que os empregos circulares não têm somente como premissa a questão ambiental, mas também a social e económica, procurando oferecer empregos mais justos e inclusivos, que asseguram o fortalecimento do objetivo do desenvolvimento sustentável n.º 8 da Agenda 2030: trabalho digno e crescimento económico.
Conforme a definição do Inquérito “Empregos Circulares - Perfil de Qualificações em 2030”:
“Um trabalho circular é qualquer ocupação que envolva diretamente um dos elementos da economia circular ou que apoie indiretamente tais atividades.”
Nesse sentido, os empregos circulares não são somente aqueles que estão diretamente relacionados com as áreas da sustentabilidade e do meio-ambiente, dado que abrange outros tipos de trabalhos que procuram promover uma postura mais consciente, bem como o grau de circularidade de suas ações.
Um exemplo muito atual de uma nova forma de trabalho que pode promover a circularidade é o trabalho remoto, potenciado pela pandemia da Covid-19. Esta categoria permite, por exemplo, reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera, dado que o trabalhador não precisa se deslocar ao local de trabalho, evitando, assim, o tráfego dos grandes centros urbanos.
Entretanto, é importante referir que antes de categorizar um emprego como circular, devemos ter uma visão mais abrangente e holística, de modo a considerar outras variáveis e, por isso, nem todos os trabalhos remotos são considerados empregos circulares.
Segundo Inês Costa, anterior Secretária de Estado do Ambiente em Portugal:
“A alteração da arquitetura socioeconómica que a transição para uma economia circular exige, para que haja efetivamente uma redução de consumo de matérias-primas e energia, e para que possamos colher todos os benefícios ambientais e sociais que daí decorrem, como redução de poluição, a regeneração de ecossistemas, a melhoria da saúde pública, a redução de despesas, exige alterações ao contexto que passam, indiscutivelmente, pelas evoluções das competências, nas tipologias de emprego e na valorização de determinadas funções. Isto porque o trabalho é também ele um recurso renovável, criativo, versátil, adaptável. Pode ser reconvertido, adaptado, formado, mas perde-se se não for utilizado. E há espaço para combinações virtuosas entre um ecossistema de emprego que conjuntamente permita que a economia e a sociedade progredir nesta direção.” (Fala de Inês Costa, Anterior Secretária de Estado do Ambiente, na Conferência “Empregos Circulares - Perfil de qualificação 2030”)
Para saber mais sobre este tema, assista o vídeo completo da Conferência “Empregos Circulares - Perfil de qualificação 2030”, que aconteceu em 14 de maio de 2021:
Os desafios dos empregos circulares
Conforme o Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal 2017 – 2020:
“(...) para Portugal, estimativas europeias apontam para a existência de 57 000 postos de trabalho diretos em 2012 relacionados com atividades de economia circular, e 36 000 empregos diretos criados até 2030.”
Embora este dado seja animador e a demanda por empregos circulares continue a aumentar a cada ano, a verdade é que ainda existem muitos desafios a serem superados para que isto se torne realidade.
Questões como a adaptação do mercado, desenvolvimento de competências dos trabalhadores, assegurar a qualificação exigida por estes postos de trabalho e as lacunas no ensino formal são algumas das mais preocupantes.
Além disso, em alguns casos, verifica-se um certo elitismo, que pode impedir que uma parte da sociedade não consiga ter acesso a algumas das capacitações, cursos e formações mais reconhecidas, que hoje encontramos no mercado.
Sabemos que se estas questões não forem resolvidas, ficará muito difícil assegurar a evolução destes números no nosso país.
Precisamos não só de um maior investimento em educação, mas também de um maior alinhamento dos cursos técnicos, tecnológicos e superiores para fazer face à demanda do mercado de trabalho que, a cada dia, exige profissionais qualificados para ocupar os postos de trabalho dos empregos circulares.
O desfasamento que existe entre a formação e o tipo de profissionais necessários para acelerar algumas áreas de conhecimento como as engenharias, arquitetura e eletrónica, são decorrentes da lacuna existente entre os conteúdos oferecidos nas instituições de ensino e o mercado de trabalho.
Infelizmente, notamos uma ausência de conhecimento de muitos profissionais sobre a economia circular, o que naturalmente impede que estes possam ser agentes que promovem o acelerar desta transição.
Como exemplo, podemos citar a situação atual de muitos cursos superiores de arquitetura no nosso país que ainda não apresentam nenhuma cadeira que explore a área de projetos de arquitetura circulares, com a abordagem de temas como o olhar para os edifícios como bancos de materiais, a importância da implementação do passporte de materiais, os sistemas e tecnologias para um uso inteligente e eficaz da energia e da água, o desenvolvimento de edifícios regenerativos, o desenhar projetos de forma a respeitar e acolher a biodiversidade, entre tantos outros pontos de extrema importância.
Portanto, eis aqui duas questões que consideramos pertinentes para reflexão:
“Como vamos assegurar que até 2030 Portugal terá um grande número de profissionais qualificados para ocupar os postos de trabalhos circulares e regenerativos?”
“Como pode ser adotada uma estratégia circular e regenerativa nas diversas áreas de conhecimento, considerando o papel dos profissionais no cenário da economia circular?”
As organizações de ensino públicas (IEFP, Universidades, Centros de Formação, etc.) e privadas necessitam, com urgência, uma revisão aprofundada dos currículos de cursos oferecidos, para que assim, estes estejam alinhados com o modelo da economia circular, de forma a acelerar o processo de transição no nosso país.
Além disso, deve-se ponderar que estes cursos/especializações assegurem uma formação mais atualizada e de qualidade, e que ofereça maior segurança às pessoas que tencionam desenvolver uma carreira nestas áreas.
Profissionais como canalizadores, eletricistas, esteticistas, entre muitos outros, poderão ter acesso a uma valorização das suas carreiras ao especializarem-se em economia circular, pois, conseguem assim distinguir-se e estar preparados para uma necessidade que cada vez será maior.
Em resumo, deve-se aproximar o máximo possível a realidade social, ambiental e económica às ofertas de estudos e de trabalho.
“De facto, a transição para uma economia mais circular implica uma adaptação do mercado de trabalho a uma nova realidade sendo importante antecipar essas mudanças. Também as estratégias centrais da economia circular – produção e utilização inteligente; prolongamento da vida útil de produtos e seus componentes e aplicações úteis de materiais – apresentam um elevado potencial para a criação de empregos apoiados em tecnologias inovadoras e novos modelos de negócio.” (Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, 2021, p.163)
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Exemplos de empregos circulares tradicionais e novos
A economia circular alia o melhor do passado ao melhor do futuro, propondo a recuperação de atividades que foram perdendo relevância na sociedade moderna.
No Briefing sobre o potencial de criação de emprego no sector de reutilização, publicado pela Rreuse (2015):
“10.000 toneladas de resíduos indiferenciados hoje significam 1 posto de trabalho se o destino for a incineração, 6 postos de trabalho se for aterro, 36 postos de trabalho se for a reciclagem e 296 postos de trabalho se for promovida a reutilização”
Para orientar melhor as pessoas interessadas em empregos que promovem a circularidade, selecionamos alguns exemplos de empregos tradicionais:
Técnicos de reparação: de modo a assegurar que as soluções de reparação regressam em força, é necessário que existam técnicos especializados que assegurem estas funções. Este é o emprego que pode estar associado a um leque variado de produtos, como eletrodomésticos, roupas, móveis, etc.
Especialistas em manutenção e restauro: para estender o tempo de vida útil dos nossos objetos, é essencial garantir serviços acessíveis a todos, que permitam adaptar, modernizar, e recuperar a beleza de produtos já com algum tempo. Os especialistas em manutenção e restauro, alinhados com os princípios do upcycling, garantem que os produtos antigos, recuperam ou superam a sua qualidade original. Este é um serviço altamente personalizável e que recupera a vida dos objetos desgastados pelo tempo.
Lojistas de estabelecimentos de artigos em segunda mão: uma forma de recuperar e redistribuir os produtos, passa pela sua venda em segunda mão. Crescentemente tem reaparecido lojas em segunda mão, sendo esta uma tendência utilizada das pequenas às grandes empresas (ex.: Decathlon, IKEA). Com o multiplicar das lojas online e offline, geram-se novos empregos para pessoas que possam dar a assistência necessária aos clientes.
Engenheiros e técnicos de energias renováveis: mesmo antes do modelo da economia circular ganhar relevância, já se encontrava em curso a transição energética para fontes renováveis e limpas. Através da economia circular esta área ganha uma nova relevância, multiplicando-se a necessidade de especialistas nestas áreas. É importante sublinhar que os sistemas de produção de energia renovável, têm de ser pensados igualmente para ter uma estrutura circular, de modo que os componentes associados, possam ser crescentemente recuperados e reintroduzidos nos sistemas produtivos.
Gestores de clientes: com o aumento das soluções numa lógica de produto enquanto serviço, os gestores de clientes ganham uma nova relevância. Neste modelo, a relação com o cliente é estendida pelo período do serviço contratado, pelo que é necessário e habitualmente existe um conjunto de serviços complementares de manutenção, reparação, trocas, etc. Assim, os gestores de clientes devem acompanhar o cliente, assegurando que recebe o suporte que necessita, durante o contrato estabelecido entre as partes.
Operadores de reciclagem: a reciclagem, apesar de ser uma opção a recorrer apenas quando as outras opções mais próximas do utilizador se tiverem esgotado (diagrama de borboleta), continua a ter um papel determinante na recuperação e reutilização dos materiais. Este é uma atividade que pode ser igualmente potenciada pela economia circular, sendo cada vez mais necessário, pessoas que possam assegurar as funções associadas, como a recolha, triagem e separação.
Para além dos empregos tradicionais, a economia circular gera igualmente novos postos de trabalho, que até a algum tempo ainda não existiam. Deixamos aqui alguns exemplos:
Gestores dos processos de logística reversa: para uma crescente e contínua recuperação dos materiais e reintrodução no sistema produtivo, torna-se essencial a existência de especialistas em logística reversa, que tenham uma compreensão profunda sobre as estruturas e processos a implementar.
Especialistas em economia circular: de modo a garantir que as organizações realizam esta transição, sendo fiéis aos princípios deste modelo, é essencial a existência de profissionais com um conhecimento profundo sobre o tema. Estes especialistas, que podem ser internos como externos (ex.: consultores), têm a função de capacitar as pessoas, de modo a garantir a sua sensibilização, envolvimento e nível de conhecimentos, e de orientar os responsáveis nas atividades de diagnóstico e no desenvolvimento e gestão da inovação.
Especialistas em gestão inteligente dos recursos hídricos: cada vez existem sistemas mais sofisticados para a utilização inteligente dos recursos hídricos. De modo a apoiar as cidades e as organizações na utilização eficaz deste recurso tão precioso, a existência de especialistas nestes novos processos é de extrema importância, até mesmo de modo a assegurar que a sua introdução não coloca em causa a saúde pública ou o meio ambiente.
Especialistas em sistemas de informação para uma economia circular: a transição para a economia circular, implica uma complexa gestão de dados e capacidade de conectar quem têm a mais, a quem precisa. De modo a gerir estas e outras dimensões e para se conseguir acompanhar a evolução dos níveis de circularidade com indicadores precisos, os sistemas de informação são de grande relevância e podem facilitar a tomada de decisão e os próprios processos.
Engenheiros e técnicos de remanufatura: na remanufatura é necessário garantir que os componentes a reintroduzir na produção, se encontram num nível de qualidade, equivalente a um componente feito de matéria-prima virgem. A existência de uma falha a este nível, pode abalar fortemente a reputação de uma empresa e a confiança dos clientes. A natureza dos processos industriais, altamente estandardizados, implica que os processos de remanufatura sejam acompanhados por especialistas altamente competentes nesta matéria.
Designers de produtos e estratégias e modelos de negócio circulares: O design é uma das áreas de maior importância para conseguir esta transição. Neste sentido, a existência de designers de produto, altamente qualificados nesta matéria, é de extrema importância de modo a acelerar esta transição. É igualmente importante a existência de especialistas em estratégias e modelos de negócio circulares, de modo a assegurar a viabilidade dos novos modelos de negócios, alinhados com este modelo.
Especialistas em agricultura regenerativa: atualmente, a indústria agrícola é altamente linear. Esta postura tem gerado consequências graves para a saúde das pessoas, biodiversidade e tem levado à crescente degradação dos solos. A agricultura regenerativa é um método de produção holístico, focado em regenerar os sistemas naturais, através da regeneração dos solos, aumento da biodiversidade, utilização inteligente dos recursos hídricos, entre outras estratégias. A transição da produção agrícola para este modelo, requer especialistas como engenheiros agrónomos, especialistas em gestão hídrica, biólogos, entre outros profissionais, que compreendam em detalhe a proposta da agricultura regenerativa.
Importante referir que existem muitos outros exemplos de empregos que promovem a transição circular, tais como: os técnicos de resíduos orgânicos e compostagem, os especialistas na valorização de subprodutos, os arquitetos e construtores de edifícios circulares, dentre outros.
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Para ajudar-te na procura de empregos na área da economia circular e sustentabilidade, conheça estes sites com várias oportunidades atualizadas diariamente: greenjobs (global), CEC (global) e sustainability job resources (global).
Os caminhos possíveis para se ter um emprego circular
Considerando que os empregos circulares são transversais a diversas áreas do conhecimento, existem muitos caminhos possíveis para conquistar uma oferta de trabalho que colabore com a transição circular.
Primeiramente, deve-se eleger a área de preferência e que pode estar direta ou indiretamente relacionada com os temas da economia circular e da sustentabilidade.
Segundo o Inquérito “Empregos Circulares - Perfil de Qualificações em 2030”, há três categorias de empregos circulares:
Empregos Circulares “core” ou centrais: estes trabalhos asseguram que os ciclos das matérias-primas são fechados e formam assim o núcleo da economia circular;
Empregos Circulares “enabling”: estes trabalhos permitem a aceleração e a ampliação das atividades circulares centrais e formam assim a estrutura de suporte à economia circular;
Empregos indiretos: estes empregos prestam serviços às atividades circulares centrais e “enabling” acima referidas e formam assim as atividades que sustentam indiretamente a economia circular.
Assim, dependendo da área de preferência e do grau de qualificação profissional, primeiramente, deve-se realizar uma pesquisa e um levantamento de cursos (livres, técnicos, CTeSP, licenciatura, pós-graduação, especialização, mestrado, etc.) que correspondam aos teus objetivos futuros.
Uma dica é verificar com atenção os planos curriculares das formações escolhidas, bem como as saídas profissionais das mesmas. Isto porque o mesmo curso pode apresentar vieses diferentes dependendo da instituição de ensino, como, por exemplo, um ser mais prático e outro mais teórico, e vice-versa.
Conversar com pessoas que já trabalham na área que desejas atuar, certamente é uma boa opção e que também pode influenciar na tua escolha e ajudar-te a encontrar caminhos mais valiosos.
No caso de já ter uma formação, o ideal é procurar cursos/especializações que irão complementar os teus conhecimentos na área da circularidade. Hoje em dia, há diversas formações online e presenciais que poderão agregar muito valor ao teu currículo.
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Autoras:
Mariana Pinto e Costa (Co-fundadora BeeCircular)
Daniela Diana (Estagiária de Marketing e Comunicação)
Contacte-nos: hello@beecircular.org
Fontes:
WRAP, 2015 | Employment and the Circular Economy - Job creation in a more resource efficient Britain
Cambridge Econometrics, Trinomics, and ICF (2018) | Impacts of circular economy policies on the labour market