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Foto do escritorMariana Pinto e Costa

Economia Linear - Uma Postura Insustentável para o nosso Planeta

Atualizado: 22 de mar. de 2023


O modelo de produção através de um sistema linear, que se resume a extrair - produzir - descartar, pouco evoluiu e a sua adoção em larga escala levou a uma crescente escassez de recursos e consequente volatilidade dos preços das matérias-primas.


Esta postura, para além de se revelar arriscada para as empresas, tem consequências irreversíveis e a adoção de um modelo que seja uma alternativa viável torna-se premente.


O que é Economia Linear?


A Economia Linear é aquela que atualmente impera, tendo esta pouco evoluído desde a Revolução Industrial.


Baseia-se no simples pressuposto de “extrair-produzir-descartar”, sendo cega à capacidade que o planeta tem de regenerar aquilo que é extraído.


Na Economia Linear o fim de vida de um produto, além de significar o fim do seu potencial económico, também representa o fim de todo o investimento, esforço, trabalho e consequências negativas geradas.


Consequências da Economia Linear


Este modelo traz consigo inúmeros impactos negativos (1), como a degradação de diversos ecossistemas, a emissão de gases poluentes, que para além de serem causadores de inúmeras doenças, são responsáveis pelo efeito de estufa e aquecimento global e a produção massiva de resíduos que, em grande parte, são depositados em aterros e incinerados.


Na Europa estima-se que apenas 40% dos resíduos sejam reciclados, existindo grandes discrepâncias entre os países membros (2). Neste sistema, são perdidos inúmeros recursos com elevado potencial económico para as indústrias e gerados danos irreparáveis nos solos, ar e oceanos.


“A economia deve evoluir no sentido de ter como principais recursos, aqueles que são infinitos, crescentes e abundantes, como é caso das pessoas e do conhecimento (4).”

Em 2010, cerca de 65 biliões de toneladas de matéria-prima entraram para a economia, tendo sido previsto que em 2020 este número tenha crescido até aos 82 biliões. Adicionalmente, a crescente procura de matéria-prima, revelou-se um fator de risco acentuado para as organizações.


Para além de gerar uma elevada volatilidade nos preços praticados, já não são raros os casos em que a inexistência de recursos suficientes põe em causa a capacidade de resposta às necessidades de produção necessárias, para satisfazer a atual demanda (3).


Um caso recente que demonstra precisamente a gravidade desta situação, tem a ver com atual escassez de componentes eletrónicos, que está a gerar graves problemas na capacidade de produção de várias indústrias que dependem dos mesmos (exemplo: indústria automóvel, consolas, material informático, etc.).


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A Economia Circular é a única opção!


Considerado que na sua maioria os recursos são finitos e muitas vezes utilizados de forma bastante acima da capacidade regenerativa da terra, a economia deve evoluir no sentido de ter como principais recursos aqueles que são infinitos, crescentes e abundantes, como é caso das pessoas e do conhecimento (4).


A transição para um modelo circular, através da implementação dos seus princípios, de forma a que estes se tornem parte do ADN das organizações e das cidades é urgente e a nossa melhor hipótese para podermos fazer face aos desafios atuais.

Esta não deveria ser uma opção, mas sim a única opção possível, pois o insistir na atual postura irá resultar em consequências trágicas e irreversíveis para todos os seres vivos do nosso planeta.


Saiba mais sobre o modelo regenerativo da Economia Circular no nosso artigo: O que é Economia Circular: conceito, características e modelos de negócio


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________________


Autora: Mariana Pinto e Costa (Cofundadora da BeeCircular)

Contacte-nos: hello@beecircular.org


Fontes:

(1) Ellen MacArthur Foundation, Towards The Circular Economy: Accelerating the scale-ip across global supply chains, EMF, London, 2014

(2) Comissão Europeia, Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: Fechar o ciclo – plano de ação da UE para a economia circular, CE, Bruxelas, 2015

(3) Ellen MacArthur Foundation, Towards The Circular Economy: Economic and business rationale for accelerated transition, EMF, London, 2013

(4) Making the Circular Economy Work for Human Development: Video disponível em: https://www.thinkdif.co/sessions/making-the-circular-economy-work-for-human-development

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